Artigo: Tecnologia e Dados a serviço do Segurado

Esse texto é o primeiro da nova coluna do Ricardo Martins, CTO da insurtech Flix, que falará sobre tecnologias dentro do mercado de seguros.

A nova revolução no mercado de seguros, incentivada pelo Sandbox da SUSEP, traz com ela uma força muito grande em tecnologia e no uso de dados, mas pouco se fala como estamos utilizando isso em prol dos nossos segurados.

A provocação nesta coluna visa trazer reflexões sobre como podemos pensar no negócio e em novas maneiras de relacionamento com nossos segurados, seja no momento de exposição de produto, de aquisição de novos clientes, de inteligência comercial e competitiva ou até mesmo na liquidação e regulação de um sinistro em si.

A ideia é navegarmos por aqui e discutirmos sempre uma nova visão de assuntos aparentemente corriqueiros, mas com o enfoque de como a tecnologia pode privilegiar toda a relação da cadeia do mercado de seguros. 

Um bom exemplo para começarmos é o entendimento de persona e precificação de produtos.

É cada vez mais claro que precisamos estar de olho em modelos estatísticos e dados para avaliar novas modelagens de riscos e categorias de produtos, pensando sempre em como podemos ter um produto com menor taxa de sinistralidade e mais aderente às necessidades mercadológicas. Mas o que podemos levar de valor ao segurado com toda essa análise?

Temos casos muito positivos do mercado internacional de troca de benefícios do produto por mais camadas de dados. Na Lemonade, por exemplo, o segurado tem um desconto progressivo de acordo com a quantidade de informações que fornece sobre o seu local de risco. 

Poderíamos ir além da precificação, utilizando por exemplo, informações para comunicar aos clientes os períodos de cheias e enchentes, visando alertá-los e preveni-los sobre possíveis incidentes no local. Ou mesmo ter iniciativas preventivas quanto a danos elétricos devido à possibilidade de uma tempestade na região. Além de trazer benefícios e informações para o segurado, também conseguiríamos usar essa inteligência para melhorar nosso controle de risco e sinistralidade nessas regiões.

A grande revolução não está em sermos mais ágeis, com menos taxas e incidências de sinistralidades ou mais eficientes em nossas despesas operacionais. A mudança é usar as novas tecnologias e processamento de dados para estar junto no dia a dia do nosso segurado e passar a ser referência quando o assunto for aquele no qual estamos dispostos a assumir o risco por eles.

Quantas empresas do nosso mercado obrigam, em seus produtos de Auto, por exemplo, a ter um rastreador ou telemetria avançada? Quantos lembram a seus clientes que a revisão ou troca de óleo está próxima? E por falar no mercado de auto especificamente, vale destacar também aqui as oportunidades de benefícios tanto endêmicos quanto não endêmicos, que vão desde uma parceria com o posto mais próximo, ou com aplicativos de economia financeira, que mostram via telemetria que o consumo de gasolina está mais alto do que deveria, por exemplo.   

Quanto mais rápido entendermos que o real valor da nova era tecnológica está em pensar em soluções individualizadas e com alto poder de relevância, maior será o papel do mercado de seguros dentro da revolução digital.

Por aqui, veremos na prática, como aplicar tecnologia e dados para melhorar a vida do segurado e de todo o ecossistema do mercado que envolve seguradoras, corretoras, representantes, etc. E com isso sermos mais inteligentes, eficazes e ágeis.

SOBRE O AUTOR:

Ricardo Martins

Com mais de 15 anos de experiência no marketing e também em projetos de tecnologia para web, Ricardo já atuou em diversos clientes e agências tendo exercido liderança e trabalhado com grandes marcas como: Spotify, Procter and Gamble, Johnson and Johnson, Fiat, Jeep, Sodexo, Itau, Renault, Pernambucanas, Nextel, BASF, Citroë, Santander, entre outras.
Na StormX liderou a área de Martech ajudando a levantar toda a estrutura de market science do grupo Santander. Hoje lidera as áreas de growth e tecnologia da Flix Seguros acumulando os cargos de CTO e CGO.

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