Asaas mira insurtech após levantar maior cheque da América Latina

Matéria do Pipeline, escrito por Guilherme Guerra

Fintech para PMEs bate R$ 500 mi em receita anualizada e se prepara para IPO

A Asaas – que oferece plataforma de gestão financeira para pequenas e médias empresas (PMEs) – está de olho em startups da área de seguros. A estratégia passou a ser foco da fintech desde que levantou R$ 820 milhões no fim do ano passado, a maior rodada Série C da América Latina em 2024 – um feito e tanto em tempos de escassez de capital para inovação.

A Asaas busca uma insurtech para oferecer coberturas de segurança digital (contra ciberataques), cíveis ou de celulares, por exemplo. “As empresas que estamos olhando atualmente são todas focadas nessas linhas”, diz Júnior Beltrão, diretor de receitas, que visa o cross-sell com os negócios de contas PJ, gestão das finanças, recebimento de pagamento e antecipação de recebíveis.

Atualmente, a empresa está em “conversas evoluídas” com uma insurtech, com expectativa de concluir o negócio até o começo do ano que vem, diz Beltrão, sem revelar mais detalhes. A Asaas, que já fez três aquisições na sua história – Base ERP (2021), CodeMoney (2021) e Nexinvoice (2024) –, também cogita empresas de crédito (antecipação de recebíveis) e pontos de vendas (POS).

Beltrão afirma que o aporte recebido em outubro – da gestora Bond, de Mary Meeker, do SoftBank, da 23S Capital e da Endeavor Catalyst – teve o objetivo justamente de catapultar a estratégia de M&As da fintech. Segundo o executivo, a companhia é geradora de caixa há 8 trimestres, com lucro de R$ 11, 5 milhões e reversão de margem líquida de -2,3% para 3,7% em 2024.

Em maio, a fintech atingiu a marca de R$ 500 milhões em receita recorrente anualizada (ARR, na sigla em inglês), com 200 mil clientes. A meta é subir a cifra para R$ 1 bilhão em 2026 e para R$ 2 bilhões no ano seguinte, alavancada pela busca por clientes PMEs de faturamento mais alto.

Se chegar a R$ 4,5 bilhões de receita recorrente até o fim da década, a Asaas planeja se listar na bolsa norte-americana. Em janeiro, a empresa lançou o programa “IPO readiness” para preparar a empresa para uma abertura de capital, com consultoria interna começando a arrumar a governança da startup catarinense. “Com essa cifra, seríamos atrativos para o investidor local”, diz Beltrão.

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