Celular Seguro: o que pode ser feito para melhorar essa funcionalidade do governo

*Por Adriano Jesus, Head de Digital e Marketing da Pitzi

O programa Celular Seguro, lançado pelo Ministério da Justiça, tem se mostrado uma estratégia promissora para combater o roubo e o furto de celulares no Brasil. Porém, como qualquer política pública, pode ser aperfeiçoado para se tornar ainda mais eficiente. Com a iniciativa de enviar notificações de bloqueio para celulares roubados ou furtados que forem ativados em novas linhas, o governo visa não só a recuperação de aparelhos, mas também o desestímulo de crimes relacionados, como a receptação. A recente experiência no Ceará, que resultou na recuperação de centenas de celulares, é um bom exemplo do potencial da ferramenta. No entanto, algumas melhorias podem ser implementadas para tornar o sistema ainda mais eficaz e acessível a todos os brasileiros.

Um dos pontos mais críticos que emergem da iniciativa é a necessidade de melhorar o acesso à informação e a transparência do processo. Apesar de a ferramenta ser uma grande aliada no combate ao roubo, muitos usuários ainda não sabem da existência do programa ou como utilizá-lo corretamente. Ampliar a campanha de conscientização, incluindo a educação sobre a importância do IMEI do celular, ajudaria a fortalecer a colaboração da população com as autoridades.

Muitos dos compradores que se apresentaram à polícia após receber alertas disseram que desconheciam a origem ilícita de seus aparelhos, o que reforça a necessidade de maior cuidado na hora da compra. Para mudar esse cenário, uma campanha nacional com informações sobre como verificar a procedência do celular — por meio da consulta ao IMEI no aplicativo Celular Seguro, por exemplo — seria essencial.

Além disso, a integração com as operadoras de telefonia deve ser intensificada para garantir que as notificações cheguem a todos os usuários, especialmente os que compram aparelhos de revendedores não convencionais. A experiência do Google, com o uso do acelerômetro para identificar movimentos bruscos, poderia ser replicada no Brasil, ampliando a funcionalidade do Celular Seguro e proporcionando uma resposta mais imediata ao roubo.

Outro ponto de atenção é a abordagem dos dados pessoais. Embora o programa seja focado em recuperar celulares e combater a receptação, o acesso a informações pessoais dos cidadãos deve ser realizado com a máxima segurança e respeito à privacidade. A implementação de medidas rigorosas de proteção de dados, como o uso de criptografia para a comunicação entre usuários e autoridades, poderia aumentar a confiança dos consumidores no sistema.

A colaboração entre os estados e as polícias locais também precisa ser reforçada. No Ceará, o programa “Meu Celular”, por exemplo, obteve bons resultados, com a recuperação de mais de sete mil aparelhos em um ano, mas sua extensão a outros estados precisa ser acompanhada de perto para garantir que todos os cidadãos, independentemente da região, tenham acesso a essa ferramenta de segurança.

O Celular Seguro é uma excelente iniciativa para reduzir os índices de roubo e furto de celulares no Brasil, mas sua eficácia dependerá de ajustes contínuos, como a melhoria no acesso à informação, maior integração com as operadoras e maior proteção de dados. Essas ações ajudariam a garantir que mais pessoas se beneficiassem do programa e seriam um passo importante na criação de um ambiente digital mais seguro e confiável para todos os brasileiros.

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