Os grandes desafios regulatórios do mercado de seguros — e como superá-los

O setor de seguros no Brasil atravessa um momento decisivo. Com a evolução das demandas regulatórias e o fortalecimento de iniciativas globais de governança, as seguradoras enfrentam desafios cada vez mais complexos para garantir conformidade, segurança e competitividade.

Veja a seguir os principais temas que exigem atenção especial do mercado:

1. Nova Lei de Seguros

Sancionada no final de 2024, a nova legislação traz mais proteção ao consumidor e estabelece regras claras para sinistros, renovação e cancelamento de apólices. Além disso, regulamenta de forma inédita os seguros digitais, exigindo adaptações em produtos, processos e prazos até o final de 2025.

2. LGPD: Dados com Segurança e Transparência

Garantir a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados é um desafio constante. As seguradoras precisam investir em processos de coleta, tratamento e integração de dados, assegurando integridade e transparência em todas as operações.

3. Open Insurance e a Troca Segura de Dados

A abertura do mercado de seguros demanda integração tecnológica com segurança, em conformidade com a LGPD. O grande desafio é evitar vazamentos e garantir que o compartilhamento de dados com consentimento seja realizado de forma rastreável e confiável.

4. Regulação da Inteligência Artificial

O uso da IA em seguros para análise de risco, precificação e atendimento está em alta. Mas junto com as oportunidades, surgem exigências: normas para mitigar vieses algorítmicos, garantir transparência e permitir auditorias de decisões automatizadas.

5. Riscos Climáticos e ESG

A Circular SUSEP nº 666 e a Resolução CNSP nº 473/2024 impõem critérios rigorosos para inclusão de riscos climáticos e práticas ESG na precificação e subscrição de apólices. A prática de “greenwashing” será combatida com mais rigor, exigindo comprovação de impacto real.

6. Seguros Cibernéticos Sob Regulamentação

Com o aumento dos ataques cibernéticos, cresce a demanda por seguros especializados. Porém, as seguradoras devem se preparar para normas mais rígidas sobre cobertura, exclusões e requisitos de segurança.

7. Adoção de Normas Internacionais (IFRS 17 e Solvência II)

O alinhamento do Brasil às normas internacionais traz desafios técnicos e operacionais. A IFRS 17 redefine a forma de cálculo e reporte de passivos, enquanto o modelo Solvência II pode influenciar novas regras de capital mínimo e gestão de riscos.

As Dores do Mercado: Um Custo Alto Demais para Ignorar

Esses desafios resultam em altos custos de adequação, processos complexos e um risco crescente de penalizações. Entre as principais dores do setor, destacam-se:

  • Risco de vazamento de dados e necessidade de segurança na troca de informações
  • Demandas de transparência e prevenção de fraudes
  • Adaptação às práticas de ESG e compliance sustentável
  • Exigências de registro, rastreabilidade e monitoramento de produtos
  • Revisão de modelos de IA para evitar vieses e garantir auditabilidade
  • Impactos diretos na precificação, exclusões contratuais e gestão contábil

Diante de um cenário regulatório cada vez mais rigoroso e dinâmico, o mercado de seguros no Brasil precisa ir além da simples adequação normativa e adotar uma postura estratégica e proativa.

Encarar esses desafios como oportunidades para inovar, fortalecer a confiança do consumidor e elevar os padrões de governança será fundamental para garantir não apenas a conformidade, mas a sustentabilidade e a competitividade do setor no longo prazo.

As seguradoras que souberem antecipar tendências, investir em tecnologia, capacitação e cultura de compliance estarão melhor posicionadas para liderar essa nova era do seguro, marcada por transparência, responsabilidade e transformação digital.

 Sabemos que navegar por este cenário regulatório exige mais do que esforços pontuais — é preciso uma abordagem integrada, prática e que gere confiança em cada etapa do processo.

Para apoiar esse processo de transformação, é fundamental que as seguradoras contem com parceiros que compreendam a complexidade regulatória e ofereçam soluções alinhadas às exigências do setor.

Mais do que tecnologias, é necessário conhecimento profundo do mercado, compromisso com a conformidade e capacidade de adaptação contínua às mudanças. Assim, será possível enfrentar os desafios com solidez e construir um mercado de seguros mais seguro, transparente e resiliente. Nesse sentido apontamos a seguir uma série de iniciativas que, uma vez sendo implantadas pelas seguradoras podem transformar o investimento para atender aos regulatórios numa real oportunidade de ter ganhos operacionais e ter novas oportunidades de mercado geradas.

Investimento em tecnologia e automação

A implementação de sistemas integrados que unifiquem a gestão dos dados operacionais é fundamental. Plataformas automatizadas permitem o tratamento e a consolidação das informações, facilitando a resposta rápida a auditorias e fiscalizações.

Qualidade dos Dados

Garantir a integridade, confiabilidade e a consistência das informações é fundamental para a tomada de decisões estratégicas e para o atendimento das exigências regulatórias. Investir na melhoria contínua da qualidade dos dados permite identificar falhas, reduzir riscos e otimizar resultados, servindo de base sólida para todas as demais iniciativas.

Fortalecimento da governança de dados

É indispensável assegurar a integridade, confiabilidade e segurança dos dados. Isso pode ser alcançado por meio de políticas robustas de gestão de dados, com processos padronizados e monitoramento contínuo, garantindo conformidade com as normativas regulatórias.

Capacitação e treinamento contínuo

Investir na qualificação das equipes de TI e compliance garante uma melhor compreensão das exigências legais e das melhores práticas do setor. A atualização constante dos colaboradores é crucial para adaptar os processos internos à evolução da legislação.

Monitoramento proativo e diálogo com órgãos reguladores

Manter um canal de comunicação aberto com os órgãos reguladores e participar ativamente de fóruns do setor permite antecipar mudanças e ajustar as estratégias de compliance de forma ágil. O monitoramento contínuo do ambiente regulatório possibilita a identificação precoce de riscos e a implementação de medidas corretivas.

Parcerias estratégicas e consultoria especializada

Colaborar com fornecedores de soluções tecnológicas e consultorias especializadas amplia o acesso a expertise e recursos inovadores. Essas parcerias facilitam a implementação de tecnologias emergentes e a atualização dos sistemas de controle e monitoramento.

Ao integrar essas estratégias, as seguradoras não apenas se adaptam às exigências atuais, mas também se posicionam de maneira mais competitiva e inovadora num cenário regulatório em constante transformação.

Soluções com IA Aplicadas ao Compliance

A Inteligência Artificial permite transformar dados, normas e processos em ativos estratégicos. Entre as aplicações práticas destacam-se:

  • Interpretação automática de normas e obrigações legais por meio de processamento de linguagem natural (NLP).
  • Validação de consistência de dados operacionais com algoritmos de machine learning.
  • Geração automatizada de regras de compliance (integração com motores de regras como Drools).
  • Monitoramento contínuo de alterações normativas e emissão de alertas proativos.
  • Apoio aos times internos por meio de assistentes virtuais especializados em legislação.

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Fonte:Time .add

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