87% das pequenas empresas estão subseguradas, apresentando às seguradoras um motor de crescimento inexplorado.
Até 2025, mais de 21 milhões de pedidos para novas pequenas empresas foram apresentados nos EUA. Mas por trás desse crescimento existe uma séria vulnerabilidade: o subseguro. Apenas 13% dos proprietários de pequenas empresas com cobertura de seguro se sentem totalmente preparados para os riscos.
Essa lacuna de proteção deve ser um alerta para as seguradoras. As pequenas e médias empresas (PMEs) são um segmento em rápido crescimento, mas muitas continuam sem proteção adequada, o que as deixa vulneráveis e mal atendidas. Para as seguradoras, essa é uma oportunidade de apoiar uma parte crítica da economia e, ao mesmo tempo, capturar crescimento.
Mas fechar essa lacuna exige uma mudança de estratégia. As seguradoras devem repensar como se relacionam com as pequenas empresas, oferecendo soluções que sejam contínuas, oportunas e integradas aos sistemas que as PMEs já utilizam para administrar suas operações.
As seguradoras que agirem agora podem transformar essa necessidade não atendida em um motor de crescimento e se posicionar como parceiras confiáveis em um mercado em expansão. Se esperarem muito tempo, correm o risco de uma geração de empresários seguir em frente sem elas.
Por que os modelos tradicionais estão falhando com as PMEs
Considere uma cafeteria familiar. Durante anos, os negócios foram estáveis e sem incidentes, então o seguro parecia opcional — até que um pequeno incêndio elétrico forçou o café a fechar por três semanas. Sem cobertura, os proprietários pagaram do próprio bolso pelos reparos enquanto perdiam receita, e o que antes parecia um negócio de “baixo risco” de repente enfrentou uma crise financeira.
Essa história não é incomum. Muitas PMEs adiam a compra de seguros além do mínimo exigido porque o processo parece inacessível. A linguagem das apólices é densa e cheia de jargões, deixando os proprietários inseguros sobre a diferença entre responsabilidade civil geral, responsabilidade profissional e seguro contra acidentes de trabalho. Quase 70% das pequenas empresas relatam dificuldade para entender os limites de cobertura, o que leva a uma proteção insuficiente desde o início.
Os modelos de distribuição tradicionais agravam o problema. As seguradoras tradicionais estabeleceram reputações que conquistam a confiança das PMEs, mas muitas vezes dependem de processos desatualizados e cheios de papelada que parecem inacessíveis para proprietários de empresas ocupados. As seguradoras mais novas, que priorizam o digital, oferecem plataformas de autoatendimento elegantes, mas muitas não têm a credibilidade das marcas tradicionais. O resultado? As PMEs ficam sem uma cobertura que pareça confiável e conveniente.
Essa desconexão não decorre de desinteresse. Na verdade, 82% dos proprietários de pequenas empresas afirmam que a cobertura de seguro para seus negócios é extremamente ou muito importante para suas operações. A demanda é real, mas os produtos e canais atuais não atendem às realidades de tamanho, orçamento e necessidades das PMEs.
As seguradoras têm a oportunidade de redesenhar a cobertura para alcançar as empresas que os modelos tradicionais deixaram para trás. Uma estratégia digital avançada e personalizada atenderá às PMEs onde elas estão, simplificando o caminho para a compra e, ao mesmo tempo, construindo confiança e lealdade a longo prazo.
Como as seguradoras podem fechar a lacuna de proteção das PMEs
As PMEs continuam subseguradas porque o processo de compra de seguros muitas vezes funciona contra elas. As apólices são difíceis de comparar, a linguagem é excessivamente complexa e o suporte não é feito para empresas em rápida evolução com recursos limitados.
As seguradoras que eliminam esses pontos de atrito estão em melhor posição para atender às expectativas das PMEs e conquistar um mercado amplamente carente. Aqui estão três medidas estratégicas que podem ajudar a tornar isso realidade.
1. Entre no mercado de seguros integrados
Os seguros integrados atendem aos empresários no momento exato em que eles precisam, por meio de ferramentas nas quais já confiam, como softwares de contabilidade, checkouts de comércio eletrônico, plataformas de folha de pagamento e sites de registro.
Em vez de exigir uma pesquisa separada ou um processo offline, as opções de cobertura aparecem contextualmente, exatamente onde as decisões estão sendo tomadas. Isso reduz o atrito e redefine o seguro como uma parte natural das operações, tornando as PMEs mais propensas a ver seu valor e agir.
A oportunidade é significativa: o seguro incorporado deve gerar mais de US$ 70 bilhões em prêmios brutos emitidos até 2030. Investir agora irá posicioná-lo no centro de como as PMEs avaliam e gerenciam riscos.
2. Adapte as comunicações às necessidades reais das empresas
Mesmo quando o seguro é incorporado no momento certo, a mensagem ainda precisa ressoar. Muitas PMEs não sabem por onde começar quando se trata de comprar apólices, e mensagens genéricas e amplas não ajudam. As empresas enfrentam riscos específicos do setor, então ofertas genéricas deixam os proprietários inseguros se a cobertura realmente se aplica a eles.
A IA e a análise de dados estão ajudando as seguradoras a mudar isso. Quando conectadas a plataformas que as pequenas empresas já usam para gerenciar finanças, folha de pagamento ou RH, as seguradoras podem acessar sinais em tempo real para personalizar o alcance com base em como cada empresa realmente opera. Um designer gráfico freelancer pode se beneficiar da cobertura de responsabilidade profissional, enquanto uma frota crescente de food trucks está mais preocupada com automóveis comerciais e seguro contra acidentes de trabalho.
A personalização também ajuda os empresários a compreenderem a importância da cobertura. Quando as PME percebem que você compreende os seus riscos específicos, o seguro deixa de ser um complemento genérico e passa a ser uma proteção prática para o negócio que trabalharam arduamente para construir.
3. Equilibre as ferramentas digitais com a conexão humana
Mesmo com a distribuição integrada facilitando o acesso à cobertura, a confiança ainda é conquistada através da conexão humana. As PME precisam de flexibilidade para começar online e recorrer a um consultor quando surgem dúvidas ou preocupações.
Tarefas rotineiras, como solicitar certificados de seguro ou atualizar informações, devem ser rápidas e self-service. Mas quando se trata de sinistros ou compras complexas, as PMEs devem ter acesso fácil e imediato a consultores licenciados que possam fornecer suporte personalizado e empático.
Tornar a interação humana um recurso integrado fortalece a confiança das PMEs e gera lealdade a longo prazo.
Como aproveitar a oportunidade de proteção para PMEs
Fechar a lacuna de proteção é uma situação em que todos ganham: as pequenas empresas obtêm a proteção de que precisam para superar contratempos, enquanto as seguradoras exploram um dos mercados mais dinâmicos e mal atendidos.
Para aproveitar o momento, as seguradoras devem se concentrar em ofertas integradas que ofereçam serviços personalizados. Isso garante que a cobertura esteja alinhada com as necessidades reais e atuais das pequenas empresas, mantendo-se acessível e confiável.
O crescimento das PMEs não mostra sinais de desaceleração. Agora é o momento de repensar como a proteção é oferecida, ir além de modelos ultrapassados e conquistar a confiança duradoura dos empreendedores que impulsionam a próxima onda de expansão econômica.
Escrito por Banwari Agarwal, CEO de serviços bancários, financeiros e de seguros da Sutherland Global.