A Geração Z e a lacuna na cobertura

Os proprietários da Geração Z enfrentam uma contradição perigosa: o aumento do medo de danos à propriedade aliado a planos de reduzir a cobertura.

A propriedade da casa própria é considerada há muito tempo um dos pilares do sonho americano. Mas, para muitos membros da Geração Z, os custos recordes da habitação, a instabilidade econômica e o aumento dos prêmios de seguro estão agora a fazer com que esse sonho pareça mais uma aposta financeira.

De acordo com dados de 2025, 65% dos segurados da Geração Z afirmam que provavelmente irão reduzir ou diminuir a cobertura do seu seguro residencial para economizar dinheiro. Ao mesmo tempo, nossos dados mostram que 69% dos consumidores estão cada vez mais preocupados com danos à propriedade, especialmente em áreas de alto risco. O resultado é uma contradição crescente: mais preocupação com perdas, combinada com menos proteção contra elas.

À medida que mais jovens proprietários consideram optar por uma cobertura mínima, eles podem estar negligenciando os riscos de longo prazo aos quais estão se expondo. De desastres relacionados ao clima a danos materiais cotidianos, um evento inesperado pode acabar com anos de economias e investimentos ou colocar os proprietários em dívidas significativas.

Para ajudar essa nova geração de proprietários, o setor de seguros deve construir confiança com os jovens consumidores, ajudando-os a entender como e por que economizar na cobertura os expõe a sérios riscos de longo prazo.

O custo oculto de economizar no seguro residencial

A contradição entre as preocupações com danos à propriedade e os jovens proprietários que buscam reduzir a cobertura revela uma lacuna potencialmente perigosa entre o risco percebido e a preparação real. E os riscos são altos.

Com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) prevendo uma temporada de furacões acima do normal em 2025 e as mudanças climáticas alimentando incêndios florestais, inundações e tempestades mais severas, os danos à propriedade são uma probabilidade cada vez maior para muitos proprietários.

Mesmo eventos menores podem causar grandes danos e, sem a cobertura adequada, os proprietários arcam com o custo total. Para os proprietários da Geração Z, muitos dos quais já estão lidando com os custos da primeira aquisição de um imóvel, um único incidente não coberto pode comprometer sua estabilidade financeira. A ilusão de economia a curto prazo pode rapidamente se tornar um revés financeiro a longo prazo.

O déficit de confiança: por que a Geração Z tende a reduzir a cobertura

A confiança, ou a falta dela, está no cerne do problema.

A pesquisa da DocuSketch mostra que quase metade dos americanos (45%) não confia totalmente que os corretores de seguros ajam no seu melhor interesse ao selecionar um plano de seguro residencial. Muitos consumidores confiam nos corretores por necessidade, não por lealdade. Eles precisam de ajuda para lidar com apólices complexas, mas muitas vezes sentem que a experiência é transacional ou pouco clara.

Essa persistente falta de confiança entre os segurados e as seguradoras pode estar ligada à falta de transparência em torno das apólices e dos processos de sinistros como um todo. Mais da metade (54%) dos consumidores acredita que as seguradoras não são transparentes sobre como os sinistros são calculados. E quando os segurados não conseguem entender facilmente o que está coberto ou como sua proteção funciona, não é surpresa que alguns comecem a ver o seguro como um item dispensável, especialmente quando lidam com orçamentos apertados.

Mas a questão não se resume apenas ao conhecimento do produto. Trata-se de relacionamentos. A Geração Z não quer apenas cobertura; ela quer ser apoiada. Ela quer saber exatamente pelo que está pagando, como isso a protege e por que isso é importante. Mais importante ainda, ela quer sentir que a seguradora está do seu lado, e não apenas cobrando prêmios.

Se o setor não modernizar a comunicação e reconstruir a confiança com a Geração Z e as gerações futuras, esse ciclo de subseguro e ceticismo só vai crescer.

Preenchendo a lacuna de confiança: um apelo à ação para as seguradoras

Felizmente, trazer à tona a questão da confiança dos proprietários de imóveis representa uma oportunidade para melhorias significativas.

Os corretores de seguros que estão dispostos a romper com a abordagem tradicional e, em vez disso, se tornarem educadores e defensores podem preencher uma lacuna crítica. Em um mercado onde o seguro parece uma mercadoria, a construção de relacionamentos se torna uma vantagem competitiva.

Ao dedicar tempo para explicar como a cobertura funciona, o que está incluído em uma apólice de prêmio e como os sinistros são avaliados (sem alarmismo), os corretores podem transformar a percepção dos corretores de intermediários para consultores de confiança.

No entanto, a educação por si só não é suficiente. A transparência em tempo real durante todo o processo de sinistros requer uma comunicação mais inteligente e ferramentas modernas.

A tecnologia de documentação pode desempenhar um papel fundamental. Ao criar uma única fonte de verdade que dá às seguradoras e aos segurados acesso a informações em tempo real, os profissionais de seguros podem minimizar mal-entendidos, reduzir atritos e promover a confiança durante todo o processo de sinistros.

O futuro pertence aos consultores de confiança

Os jovens proprietários de imóveis estão impulsionando uma mudança na forma como o setor de seguros se relaciona com os consumidores, e suas expectativas são claras: honestidade, clareza e envolvimento significativo. À medida que os prêmios continuam a aumentar, a confiança e a transparência não são mais opcionais — elas são essenciais.

O futuro dos seguros não está na venda de apólices ou no processamento de sinistros, mas sim na conquista da confiança. Aqueles que agirem agora para construir essa confiança estarão bem posicionados para ajudar os jovens proprietários a selecionar a cobertura de que necessitam e para serem líderes neste panorama em mudança.

Escrito por Todd Sangid, consultor e líder de operações na DocuSketch.

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